As rochas - arquivos que relatam a história da Terra

17-10-2010 00:15

 

Rochas sedimentares

As rochas sedimentares, devido à sua origem superficial, fornecem importantes informações relativas às condições de existentes na altura da sua formação. A partir dos estratos sedimentares, é possível não só determinar muitos dos organismos que existiam em determinada região mas também conhecer as condições ambientais e geológicas que caracterizavam essas regiões.

Formação de rochas sedimentares

A formação de rochas sedimentares engloba a sedimentogénese,  que consiste na formação, transporte e deposição dos materiais provenientes da rocha-mãe, e a diagénese, responsável pela consolidação dos sedimentos e a sua transformação numa rocha consolidada.

A sedimentogénese compreende as seguintes etapas:

Meteorização processo de alteração e desagregação da rocha-mãe devido à sua exposição aos factores ambientes. A meteorização pode ser mecânica (física) ou química.

A meteorização mecânica pode resultar:

→     Da expansão de fracturas devido à congelação da água retida no seu interior;

→     De dilatações e concentrações diferentes dos minerais constituintes de uma rocha quando submetidos a grandes variações de temperatura;

→     Da descompressão resultante da erosão das camadas que recobriam a rocha, o que provoca uma alívio de carga e a fractura da rocha;

→     Da acção mecânica da água, do vento e da actividade biológica resultante de galerias escavadas ou ampliadas pelos animais e do engrossamento das raízes que dilatam as fendas das rochas.

Este tipo de meteorização provoca a desagregação da rocha em porções cada vez menores, designadas por clastos  ou sedimentos detríticos.

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      A meteorização química consiste na transformação química dos minerais existentes na rocha-mãe devido, sobretudo á acção da água e dos gases atmosféricos. Muitos dos minerais constituintes das rochas são estáveis no ambiente em que se formaram, mas tornam-se instáveis nas novas condições superficiais. Nestas condições, os minerais sofrem reacções químicas como: a carbonatação, a hidratação, e a oxidação, dando origem a novos minerais.

 

·         Erosão - consiste na remoção dos fragmentos resultantesda meteorização da rocha-mãe. Os agentes mais comuns envolvidos neste processo são a água, o vento e os seres vivos, sendo a gravidade um factor também importante no processo.

 

·         Transporte - os fragmentos arrancados pela erosão à rocha-mãe vão sofrer um processo de transporte mais ou menos longo. Os agentes de um transporte são a água, o vento e o gelo. Durante o transporte, os fragmentos sofrem uma diminuição de tamanha e um arredondamento gradual devido a processos erosivos. O graus de arredondamento dos clastos bem como a sua dimensão dão indicações importantes sobre o tipo de transporte sofrido. Outro fenómeno que ocorre durante o transporte é a separação dos fragmentos em função do seu peso e do seu tamanho . Enquanto os clastos transportados pelo vento são muito bem calibrados devido ao grande poder selectivo do vento, os clastos transportados pelos glaciares não o são.

 

·         Deposição ou sedimentação á medida que o agente de transporte perde energia, o transporte cessa e os sedimentos vão-se depositando de acordo com o seu peso e o seu tamanh em camada sucessivas. Essa acumulação em camadas pode ocorrer em ambientes terrestres, mas é mais vulgar em ambiente aquáticos. Em regra, a deposição ocorre em camadas sobrepostas, os estratos. Os estratos estão separados por superfícies – as juntas de estratificação resultantes de alterações no processo de sedimentação. Cada estrato está cobertopor outro, normalmente mais recente – tecto e recobre um estrato inferior mais antigo – muro.

Diagénese

Os sedimentos depositados vão, em seguida sofrer um conjunto de transformações físicas, químicas e por vezes biológicas. À medida que novas camadas de sedimentos se depositam sobre as anteriores, elas afundam e a pressão aumenta. Esse aumento da pressão provoca a compactação dos sedimentos e a sua desidrataçãode forma progressiva.

Rochas metamórficas

Qualquer rocha, quando se desloca para regiões profundas pode ser mais ou menos alterada, quer na sua estrutura quer na sua composição mineralógica, sem que ocorra fusão. Este processo, designado por metamorfismos, ocorre em locais com características termodinâmicas ( temperatura e pressão) específicas, que a caracterizam o ambiente metamórfico, designa-se como metamórficas as rochas que assim se formam.

Pressão/ tensão

A tensão a que as rochas na litosfera estão sujeitas é provocada pela carga da massa rochosa suprajacente. Este tipo de pressão actua em todos os sentidos - tensão litosférica- e faz-se sentir a partir de uma profundidade relativamente pequena, provocando, sobretudo, a diminuição de volume nas rochas , com consequente aumento da sua densidade.

As rochas estão também sujeitas a pressões resultantes dos movimentos tectónicos. Essas forças da natureza compressiva, distensiva ou de cisalhamento, geram uma tensão com uma orientação bem definida, designada tensão não litostática.  

Temperatura   

À medida que se vão afundando, as rochas voa sofrendo a influência do calor interno da Terra, do calor resultante da pressão litostática ou o calor resultante da proximidade de uma intrusão magmática.

Quando os minerais são suficientemente aquecidos, sem, contudo, entram em fusão os elementos da sua rede cristalina passam a dispor-se segundo novos arranjo. Este processo de recristalização permite assim a formação de novos minerais a partir de outros preexistentes e consequentemente a formação de novos tipos de rochas. Se para determinado valor de profundidade e de pressão a temperatura verificada ultrapassar o ponto de fusão das rochas, estas conhecerão a fundir iniciando-se a transição do metamorfismos para o magmatismo.

Fluidos de circulação

As alterações metamórficas que ocorrem quando as temperaturas e pressões se elevam são muito facilitados se estiverem presentes fluido de circulação. Estes fluidos, reagindo com os minerais que formam a rochas, podem dar origem a minerais de composição diferente, por remoção ou introdução de determinados componentes químicos, o que provoca alterações importantes ao nível da composição química e mineralógica da rocha inicial.

Rochas magmáticas

Pode-se caracterizar rochas magmáticas através dos sequintes itens:
 

Cor

A cor da rocha está relacionada com a presença de minerais como feldspato potássicos e micas brancas designando-se minerais félsicos visto que são ricos em sílica e alumínio conferindo cor clara à rocha. Minerais como a biotite, as piroxenas, anfíbolas e olivinas ricas em magnésio.

Textura

É o aspecto geral microscópico ou macroscópico das rochas resultante das suas formas, dimensões, graus de cristalização dos seus minerais e da disposição.

A textura destas rochas depende da velocidade de arrefecimento do magma que está na sua origem.

 Ou seja se é um arrefecimento lento (minerais visíveis a olho nu) ou rápido (minerais muito pequenos, por vezes não se chegam a formar minerais adquirindo o aspecto do vidro).

Quando se pode distinguir os minerais que a constituem uma dada rochas diz-se que apresenta uma textura granular, quando não é possível verificar e distinguir os minerais que a rocha apresenta diz-se que possui uma textura agranular.

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