Métodos utilizados na Geologia Planetária
Os parâmetros mais estudados pela Geologia Planetária são:
Estrutura interna dos planetas, mediante estudos de densidade, campos gravitacional e magnético, sismologia, temperatura e meteoritos;
Cartografia, com o recurso a fotografias, imagens de radar, comparação com estruturas da Terra e albedo (poder reflector das rochas);
Composição, fazendo uso de análises laboratoriais directas(no caso de existirem amostras) e análises espectrais remotas (no caso de se analisar em corpos muito distantes);
Cronologia relativa e, se possível, absoluta com utilização de métodos radiométricos.
O estudo das formas e morfologias presentes nos planetas é feito através de um processo de comparação com estruturas existentes no planeta Terra. Assim, foram definidos três tipos de estruturas:
Estruturas endógenas: resultam da acção de processos e forças que actuam no interior dos planetas, como, por exemplo, dobras e falhas.
Estruturas exógenas: são originadas por processos que ocorrem na superfície do planeta, tais como rios, dunas e ravinamentos.
Estruturas exóticas: têm uma origem exterior ao planeta, como é o caso de crateras de impacto de meteoritos e outros corpos celestes.
Os planetas telúricos podem ser classificados como sendo geologicamente activo e geologicamente inactivo. Um planeta será geologicamente activo se nele for possível observar ou detectar sinais de dinâmica externa e/ou interna, tais como, por exemplo, erupções vulcânicas e sismos. Se tal não ocorrer, então o planeta é considerado, do ponto de vista geológico, inactivo. Mas não podemos esquecer que o planeta pode ser geologicamente inactivo agora mas no passado já podia ter sido activo.
Energia necessária para a actividade geológica interna provém:
Radioactividade – deve-se às propriedades radioactivas de certos elementos das rochas que constituem a Terra; a desintegração atómica destes elementos liberta grandes quantidades de energia;
Efeito das marés – a posição combinada da Terra, do sol e dos efeitos das marés da Lua interfere nos campos gravíticos destes astros; na Terra, este efeito origina ciclos alternados de contracções e de dilatações, com consequente libertação de energia;
Bombardeamento primitivo – durante a fase de acreção, de que resultou a formação da Terra, esta acumulou grandes quantidades de energia no seu interior que, gradualmente, tem vindo a libertar;
Contracção gravitacional – durante a formação do planeta, os materiais envolventes do núcleo metálico foram atraídos em direcção ao centro da Terra. Esta atracção implicou um aumento da pressão, e consequentemente, um aumento da temperatura. Poder-se-á afirmar que a contracção gravitacional transforma a energia gravítica em energia térmica.
Por sua vez, a energia necessária para a actividade geológica externa provém:
Sol – esta estrla introduz a energia necessária para “activar” os agentes que modelam a superfície da Terra;
Actividade vulcânica – em particular o calor que se liberta junto às cristas médio-oceânicas que induz o aquecimento da água do mar que, por sua vez, condiciona o aquecimento da atmosfera e toda uma série de alterações no clima;
Impactismo – ainda hoje a Terra é bombardeada por corpos vindos do espaço embora, na actualidade, este efeito seja muito reduzido, quando comparado com os primórdios do nosso planeta.
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