James Hutton (1726-1797), geólogo escocês, conhecido como o “Pai da Geologia” formulou o Princípio do Uniformitarismo através desta foi possível começar a considerar outras explicações de índole (mais) científico, como por exemplo, a Charles Lyell (1797-1875), geólogo inglês que escreveu a obra “Os Princípios da Geologia” – baseado no uniformitarismo de Hutton e Georges Cuvier (1769-1832), naturalista francês, que apresentou a hipótese criacionista conhecida por Catastrofismo.
Fig1 .- Gravura do livro "Theory of Earth" de James Hutton (1795-vol.1)
Ideias de Georges Cuvier(Catastrofismo)
Os estudos realizados por Georges Cuvier, no âmbito da Paleontologia e Estratigrafia, levaram-no a tomar posições catastrofistas para explicar os fenómenos geológicos ocorridos no passado da Terra. Assim, defendia que as espécies eram imutáveis e não se transformavam noutras. O globo tem actividade cíclica, cada ciclo é separado por uma grande revolução (catástrofe) que elimina os seres vivos existentes em muitas regiões do globo. As fases catastróficas eram seguidas por períodos de estabilidade, em que novos animais e plantas voltam a povoar a terra. A morfologia de algumas zonas continentais era resultante de uma movimentação lateral devido a fenómenos de contracção ocorridos durante o arrefecimento da terra.
Fig.2 - Georges Cuvier baseia-se na extinção de alguns seres vivos para provar o catastrofismo
As ideias de Charles Lyell (Uniformitarismo)
Lyell, numa carta escrita a Murchison (geólogo britânico, que acompanhou Lyell em várias expedições científicas, em diferentes regiões de França e Itália), em Janeiro de 1829, faz referência aos seus planos de escrever um novo livro, no qual trataria dos Princípios do raciocínio geológico. Conforme é explicitado, nesta carta:
“…estes princípios são, nem mais nem menos, que as causas de tudo aquilo que se formou no passado da Terra e que podemos observar no presente. Estas causas sempre actuaram e continuam a actuar, nunca tendo actuado no passado com energia diferente da que hoje exercem...”
Por outras palavras, para este geólogo, a Terra evoluiu de forma contínua ao longo do tempo e, deste modo, fenómenos imperceptíveis à escala humana, podem causar grandes mudanças quando actuam durante milhões de anos; considera, portanto, que os processos naturais (processos geológicos associados à formação de cadeias de montanhas. vales, maciços sedimentares continentais, etc.), ocorridos no passado são os mesmos que ocorrem hoje e que, esses processos, actuaram com a mesma energia e magnitude com que actuam na actualidade (Uniformitarismo).
Principio do Actualismo: Diz que o passado pode ser explicado com base no que se observa hoje, uma vez que as causas de determinados fenómenos do passado são idêntifica ás que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente, defende que “o presente é a chave do passado”.
Principio do Gradualismo: é uma corrente de pensamentos segundo a qual as alterações que ocorrem na Terra são interpretadas como sendo o resultado de acontecimentos que se desenvolveram de forma tranquila, lenta e gradual.
Distinções da diferença de ideias, dos conflitos/consensos na comunidade científica da época. Relativamente a:
· Origem da terra - Divina
· Dinâmica terrestre – Imobilismo e contraccionismo
· Formação da terra – criação divina e imutável.
· Seres vivos – alguns extintos devido a catástrofes
Durante os séc. XVII e XVIII a comunidade filosófica e científica discutiu diferentes ideias sobre a ordem natural o que permitiu o aparecimento de diversas teorias para a origem de uma terra submetida a leis naturais.
A partir de meados do Séc.XVIII a ideia de que a terra no passado teria sofrido transformações que levaram a que a mesma fosse diferente no presente ganhou terreno entre os naturalistas. Surgiu uma nova ciência – a Geologia, através da prática de trabalho de campo.
Início do séc. XIX, Georges Cuvier aparece com o conceito de extinção, o que permite a aceitação da ideia de que no passado o mundo vivo teria sido bastante diferente do actual. Ao proceder às primeiras reconstituições de criaturas desconhecidas a partir de colecções de ossos fósseis Georges Cuvier defendeu que não era possível encontrar esses seres vivos porque o seu desaparecimento tinha sido causado por uma série de acontecimentos violentos/catastróficos.
Na terceira década do séc. XIX, Lyell fornece novas bases à Geologia traduzidas na defesa de um uniformitarismo radical, na utilização do princípio do actualismo.
A comunidade científica divide-se a apoiar uma ou outra ideia ou em alternativa opta pela conjugação de aspectos dos dois sistemas.
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